Para a Aston Martin, a principal vantagem de mudar para uma fábrica nova, com métodos de produção modernos, foi poder aumentar o volume de produção. Enquanto em Newport Pagnell a empresa produzia cerca de 2000 unidades/ano, em Gaydon a capacidade subiu para 5000 unidades/ano.
Nesse caso, o que impõe o volume de produção da empresa passa a ser o mercado, não mais a capacidade produtiva instalada. Obviamente, existe a estratégia comercial, que obriga os compradores a esperar pelo carro novo em uma fila de alguns meses, para que os esportivos não percam a aura de exclusividade que possuem.
Ao fim da visita à produção, paramos ainda na oficina da fábrica, que entre outras coisas restaura e cuida de modelos clássicos da Aston Martin. Entre eles vi o DB6 1966 que havia pertencido ao ex-Beatie Paul McCartney e que agora pertence a um colecionador. Esse carro ficou famoso porque foi a bordo dele que McCartney compôs a música “Hey Jude”, uma das mais famosas do gmpo.
Ele fez a música para consolar o filho de John Lennon, Julian, durante o divórcio dos pais. Lançada em 1968, “Hey Jude” foi a primeira gravação dos Beatles pela Apple Records. Em sua biografla, Manyyearsfrom now, escrita por Barry Miles, McCartney conta que criou a música enquanto dirigia, quando foi visitar Julian e a ex-esposa de Lennon, Cynthia Lennon, como amigo da família. A viagem durou cerca de uma hora e na versão original a música começava chamando Julian de Jules: Hey Jules, don’t make it bad, take a sad song and make it better…
Depois, Jules foi trocado por Jude. Provavelmente essa não é a única composição feita no DB6, porque o músico declarou que sempre desligava o rádio do carro para compor ao volante.
Terminamos a visita à linha de montagem e o Vanquish estava à minha espera, pronto para o teste. À primeira vista, o design me impressionou, com seus traços elegantes, sensuais e também vigorosos e agressivos. E essa imagem, ao mesmo tempo que proporcionou prazer, serviu também para aumentar minha incerteza, diante da tarefa de dirigi-lo.